Uma
falha em uma operação na mina de urânio das Indústrias Nucleares do Brasil
(INB), em Caetité, a 445 km de salvador (BA), derramou urânio em pó que estava
sendo embalado em um tambor. O acidente ocorreu às 9h de quinta-feira e foi
comunicado ao escritório local da Comissão de Energia Nuclear (CNEM), de acordo
com a INB. Os trabalhadores temem contaminação e o clima próximo do setor é de
preocupação.
De
acordo com a INB, o episódio é classificado como um incidente em área de
embalagem do concentrado de urânio. "A área que é preparada para conter,
recuperar o material, limpar e impedir que haja qualquer vazamento para outras
áreas da unidade ou para o meio ambiente", explica a nota oficial. "O
projeto da instalação prevê este tipo de atividade e, para isso todos
equipamentos e pessoal são imediatamente acionados para resolver a
questão", continua o comunidado.
A
INB também garante que todos os procedimentos foram executados. "O
concentrado foi recuperado e a área completamente limpa, até que não houvesse
nenhum traço desse material no local".
Versões diferentes
O sindicato estima em 400 kg de urânio em pó, também conhecido como yellow cake.
O volume é a quantidade de um tambor cheio. Já a INB informou que 100 kg de
urânio em pó foram derramados, todo o material foi recuperado e a área ficou
limpa, sem traço de material. "A área é preparada para limpar e impedir
que haja qualquer vazamento para outras áreas da unidade ou para o meio
ambiente", informou a empresa.
O
dirigente sindical que fez a denúncia também afirmou que o clima entre os
trabalhadores é de medo, pelas consequências que o contato com o pó podem gerar
na saúde deles. O sindicalista pediu para não ter o nome divulgado, por temer
repreensões como transferência de turno ou em local isolado de seus colegas.
Mina em Caetité |
A
mina em Caetité é a única mina de urânio em atividade no Brasil. Sua produção é
beneficiada nas próprias instalações e se obtém o yellow cake, que é enviado
para a França, para ser favorecido. Depois do processo, ele retorna ao Brasil e
é servido como combustível das usinas nucleares em Angra dos Reis.
O
clima de desconfiança entre parte da população, dos movimentos civis organizados,
como a Comissão Pastoral da Terra e sindicato de trabalhadores é antigo. O
Greenpeace já denunciou, em 2008, que poços de água estavam contaminados. A
CNEM, na época, disse que a radioatividade era natural, uma vez que o urânio
estava na terra.
Em
2011, cerca de duas mil pessoas foram às ruas para impedir que caminhões com
contêineres entrassem na mina - temiam pela recepção de lixo radioativo. De
acordo com o Ministério do Trabalho, o setor chegou a ser interditado. "As
instalações são inadequadas, com comunicação com o ambiente externo",
disse a auditora Fernanda Giannasi.
Bibliografia: http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI6242076-EI8139,00-BA+vazamento+de+uranio+em+po+preocupa+trabalhadores+de+mina.html
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